Carta Na Manga Carta Na Manga

Sandália

A sandália dela ficou furada
De tanto sambar
As cadeiras dela ficaram doendo
De tanto gingar

Foi na febre da selva
Ninguém andava na calçada
Muito axé, suor
Temperatura elevada
Era tempo sem argumento
Mentira bem contada
E quase todos vivendo
A procura de algo maior
Eu me encontra bem só
Ali no fundo das funduras do fundo
Desperdiçando os segundos
Ela aparece no mundo só
Pra provocar
E me fazer compartilhar
A minha falta de assunto:
Hey moça bonita
Me diz o que te envolve?
Tava aqui fazendo fita
Mas nada desenvolve
Tem algo que me move
O momento convida
E seu olhar quando recita
É um poema molotov
Luv leve livre
Luv leve livre
Foi o que ela disse
No tato de artista
Minha pele com a sua
O contato sai faísca
Minha pele com a sua
O contato sai
A sandália dela ficou furada
De tanto sambar
As cadeiras dela ficaram doendo
De tanto gingar

Era só mais uma quarta-feira
De bobeira a noite inteira
Ela só quer farrear
Ela vinha descendo a ladeira
Pulou em Santa Tereza
E caiu na l.a.p.a
Ela é do tipo mina praieira
E com hora marcada
Nunca vai se importar
O sangue ferve como uma lareira
Menina baderneira
Faz o corpo flamejar!
Com ela o papo é reto
Não tem ideia torta
Se vier no desrespeito
Ela logo já te corta
Adora a madrugada
Boêmia despojada
Vai, volta
Arrasta a sandália
No baile ou no bloco
Risca a sola
No samba ou no funk
Roda, roda
Ah ah, me faz até perder o ar
E no calor da madrugada
Chamei ela pra dançar